22.9.15

Manuel Moya (Têm sede)





TIENEN



Tienen
sed los campos.
Ha llovido poco últimamente.
Pasaron las tormentas
y no dejaron nada.
Sacaron a los ídolos
y no vino la lluvia.
La lluvia viene cuando quiere.
No tiene su sazón
hora fijada. Mucha o poca,
la lluvia jamás mide
cuanto otorga, ni prevé
dónde será bien recibida.
Llueve con simpleza,
simplemente.
Se deja llover por puro gusto.
No castiga la lluvia, no condena.
Es un don la lluvia, y no lo sabe.

MANUEL MOYA
Sitios del agua
(2001)



Têm sede os campos.
Choveu pouco ultimamente.
Passaram as tempestades
e não deixaram nada.
Tiraram os ídolos
e a chuva não veio.
A chuva vem quando quer.
A sua estação não tem
hora certa. Muita ou pouca,
a chuva nunca mede
o que dá, nem prevê
onde é que será bem recebida.
Chove simplesmente,
com simplicidade.
Chove por puro gosto.
Não castiga a chuva, não condena.
É um dom, a chuva, e não o sabe.

(Trad. A.M.)

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