22.11.14

Paulo Varela Gomes (Horror-1)





Cada vez que saía de casa, o horror que era Portugal aparecia-lhe como um pesadelo de que não se consegue emergir, de que ele próprio não conseguiria de facto emergir, e como uma espécie de confirmação do destino.

Dizia que vivera os mais destrutivos cinquenta anos do último século e meio da história do país e que, pelo acaso do nascimento, fora forçado a assistir ao desmantelamento do que restava do Portugal antigo e à sua substituição por um país não apenas moralmente corrupto, mas também o mais feio da Europa ocidental.


PAULO VARELA GOMES
O Verão de 2012
Tinta-da-China (2013)

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