20.11.14

Federico Díaz-Granados (A casa do vento)





LA CASA DEL VIENTO



Busco mis muertos diluídos por el tiempo,
solitarios que deambulan por mi casa, por mi vida
vistiendo un viejo musgo.
Busco mis muertos que desterrados olvidan las palabras
a esta hora en que desciende la nostalgia
para viajar por las venas de la memoria.

Son estos mis muertos que habitan la casa del viento
esos mismos que juegan en las fotos con algunos personajes,
que hoy conversan con las raíces de los árboles
e indagan por la memoria de la tierra.

Ya mi vida no es un parque de diversiones,
a las máquinas enmohecidas bajo la potestad del viento
les ha crecido hojarasca.
Mi corazón parece un hospital
que recibe heridos en su sala de urgencias
y los amigos que han zarpado
siguen dando vueltas en el inmenso carrusel
con los desaparecidos que caen sin vértigo de la montaña rusa.
Cómo se parecen tus huesos a los sueños en esa casa del viento
en el hangar donde
reparan algunos payasos y maromeros mutilados
en esa casa que cada día se parece más a esa otra demolición
que es mi vida.


Federico Díaz-Granados




Busco meus mortos diluídos pelo tempo,
solitários que deambulam por minha casa, minha vida,
vestindo um musgo antigo.
Busco meus mortos desterrados que esquecem as palavras
nesta hora em que desce a saudade
para viajar pelas veias da memória.

São estes meus mortos que habitam a casa do vento
esses mesmos que brincam nas fotos com outras personagens,
que hoje conversam com as raízes das árvores
e interrogam a memória da terra.

Já minha vida não é um parque de diversões,
as máquinas com mofo cresceu-lhes folhagem
sob o poder do vento.
Meu coração parece um hospital
recebendo feridos na sala de urgências
e os amigos que zarparam
continuam às voltas no imenso carrossel
com os desaparecidos que caem da montanha russa.
Como se parecem teus ossos com sonhos nessa casa de vento
no hangar onde
reparam palhaços e acrobatas mutilados
nessa casa que cada dia se parece mais com essa outra demolição
que é minha vida.


(Trad. A.M.)

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