16.10.13

Vanesa Pérez-Sauquillo (Esta manhã soube)





Esta mañana supe
mi extraña rendición a tus palabras,
mi irrevocable voluntad de náufrago
de sílabas,
de filóloga ahorcada en complementos
directos o indirectos
pero tuyos.
Esta mañana supe
que me visto en tus verbos,
desayuno tu nombre
y me quedo perdida, como tonta,
si me encuentro algún “no”
camino de la tarde,
camino de la noche.
Esta mañana supe
que muy frecuentemente
me vuelvo monosílabo
de sombra
agarrado al tobillo de tus frases,
que muy frecuentemente
quisiera ser prendida en tu nevera
como “nota importante”.
Esta mañana comprendí, aturdida.
Esta mañana supe, por fin vi
que me confundo en viento
cuando gritas mi nombre
y que basta un susurro,
un susurro de nada,
para dormirme en ti.

Vanesa Pérez-Sauquillo



Esta manhã soube
minha estranha rendição a tuas palavras,
irrevogável vontade de náufrago de sílabas,
de filóloga enforcada em complementos
directos ou indirectos
mas teus.
Esta manhã soube
que me visto com teus verbos,
almoço teu nome
e fico-me perdida, como tonta,
encontrando algum ‘não’
a caminho da tarde,
a caminho da noite.
Esta manhã soube
que bastas vezes
me torno monossílabo
de sombra
agarrado ao tornozelo das tuas frases,
que bastas vezes
gostava que me colasses no teu frigo
como “nota importante”.
Esta manhã compreendi, aturdida.
Esta manhã soube, por fim vi
que me confundo em vento
quando gritas meu nome
e que basta um sussurro,
um sussurro de nada,
para eu me dormir em ti.

(Trad. A.M.)



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