30.9.13

Herberto Helder (A escrever aprende-se o que somos)





Cada texto possui o seu natural movimento interior.

Há uma escrita que corresponde ao ritmo brusco, obsessivo, repetitivo, suspenso, recorrente, problemático, descontínuo da investigação que ela mesma, escrita, é – e da realidade que cria.

Certas obsessões (até vocabulares) iluminam-se durante a realização de um texto.

A escrever é que se aprende o que somos.

Referências a objectos, situações, movimentos, aparecem como imagens ou metáforas de experiências muito antigas, como elementos da composição interior, portanto: do mundo, da vida.



- HERBERTO HELDER, Photomaton & vox (Em volta de), 2006.


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