8.6.13

Camilo Castelo Branco (A tia Águeda)





A tia Águeda, a viúva do major, tinha pouco.

Desde 1828 até 1833 gastara seis mil cruzados em festejar os natalícios e as vitórias do Sr. D. Miguel com banquetes e iluminações que duravam três noites, num delírio de bombas reais e foguetes de lágrimas, com adega franca.

Mandava cantar Te-Deum na igreja de Alvações assim que no pais vinhateiro soava a notícia de alguma vitória do exército fiel.

Ora, os realistas, a contar por cada Te-Deum de Alvações, entravam no Porto às quinzenas para saírem por uma barreira e voltarem logo pela outra.

D. Águeda começava a desconfiar que o Deus de Afonso Henriques voltara a casaca.



- CAMILO CASTELO BRANCO, A Brasileira de Prazins, X.

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