4.11.10

Ana Rossetti (Where is my man)






WHERE IS MY MAN





Nunca te tengo tanto como cuando te busco
sabiendo de antemano que no puedo encontrarte.
Sólo entonces consiento estar enamorada.
Sólo entonces me pierdo en la esmaltada jungla
de coches o tiovivos, cafés abarrotados,
lunas de escaparates, laberintos de parques
o de espejos, pues corro tras de todo
lo que se te parece.
De continuo te acecho.
El alquitrán derrite su azabache,
es la calle movible taracea
de camisas y niquis, sus colores comparo
con el azul celeste o el verde malaquita
que por tu pecho yo desabrochaba.
Deliciosa congoja si creo reconocerte
me hace desfallecer: toda mi piel nombrándote,
toda mi piel alerta, pendiente de mis ojos.
Indaga mi pupila, todo atisbo comprueba,
todo indicio que me conduzca a ti,
que te introduzca al ámbito donde sólo tu imagen
prevalece y te coincida y funda,
te acerque, te inaugure y para siempre estés.


Ana Rossetti





Nunca te tenho tanto como quando te busco
sabendo de antemão que não consigo encontrar-te.
Só então consinto estar apaixonada.
Só então me perco na selva esmaltada
de carros ou carrosséis, cafés abarrotados,
luas de montras, labirintos de parques
ou de espelhos, correndo atrás de tudo
o que se parece contigo.
Estou sempre à espreita.
O alcatrão derrete na rua,
este movente estampado
de camisas e pólos, cujas cores comparo
ao azul celeste ou ao verde malaquita
que por teu peito eu abria.
Deliciosa angústia se julgo reconhecer-te
me faz desmaiar, minha pele toda a nomear-te,
alerta, pendente de meus olhos.
Minha vista indaga, como é fácil de ver,
qualquer indício que me leve a ti,
que te meta no meio onde só tua imagem
prevalece e se te ajuste e funda,
te achegue, te inaugure e estejas para sempre.


(Trad. A.M.)

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