14.8.10

Luís Miguel Nava (Não muita vez)






NÃO MUITA VEZ




Não muita vez nos vemos, mas, se poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relâmpagos, de todos
é ele o que melhor vai com a minha fome.


Os dedos com que me tocou
persistem sob a pele, onde a memória os move.
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo na memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro.
A pele é o espelho da memória.



Luís Miguel Nava




[Lugares Mal Situados]

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