14.5.10

Mario Quintana (Um poema)






Um poema
como um gole d'água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida
para sempre na floresta nocturna.


Um poema
sem outra angústia que a sua
misteriosa condição de poema.
Triste.
Solitário.
Único.


Ferido de mortal beleza.



Mario Quintana

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